Jovens encontram nas obras de misericórdia respostas aos sofrimentos da humanidade

Jovens encontram nas obras de misericórdia respostas aos sofrimentos da humanidade

Jéssica Feltrin, em visita a hospital

Jéssica Feltrin, em visita a hospital

Durante a Via-Sacra da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), nessa sexta-feira (29), a reflexão central da encenação da Paixão de Cristo foi voltada para as obras de misericórdia. Em seu discurso, o papa Francisco chamou os jovens a assumirem uma missão. “O Senhor renova-vos o convite para vos tornardes protagonistas no serviço. Ele quer fazer de vós uma resposta concreta às necessidades e sofrimentos da humanidade; quer que sejais um sinal do seu amor misericordioso para o nosso tempo”, disse.

Muitos jovens vivenciam de forma anônima em seu cotidiano, a prática da misericórdia, percebendo o rosto de Jesus nas periferias existenciais. Conheça a história de alguns deles:

A goiana Jéssica Feltrin, participava de um grupo de jovens quando sentiu a necessidade de doar seu tempo, em prol de pessoas que sofrem, além do período natalino. Assim nasceu a Associação Pintura Viva, um grupo de jovens voluntários que visitam semanalmente orfanatos, asilos e hospitais.

Segundo ela, que estuda direito e trabalha, a doação de seu tempo nas periferias existenciais não lhe traz retornos financeiros, ou materiais, mas, a transformou em uma pessoa mais próxima a Jesus. “A minha motivação é tornar os fardos dessas pessoas mais leves. É levar amor, companhia, cuidado. É dar ao outro o que eu gosto de receber”, declara.

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Talita e o fundador de sua comunidade, padre Antonello

A paulista Talita Teresa deixou sua família e trabalho para se dedicar a uma missão desafiadora: cuidar de pessoas que a sociedade recrimina e não enxerga, por meio da Comunidade Aliança de Misericórdia.  Hoje ela, vive em prol de levar dignidade a moradores de rua e pessoas em vulnerabilidade social. “As vezes que dormi nas ruas pude contemplar tantos jovens sofridos, marginalizados e que ninguém mais acredita, mas podemos mostrar que Deus nunca desiste de ninguém”, conta.

Talita destaca que o trabalho, embora cheio de renúncias, lhe aproximou da misericórdia de Cristo. “Sempre senti um vazio dentro de mim e não entendia o porquê, e hoje me dedicando a isso posso dizer com toda certeza que encontrei um sentido maior para minha vida. Com o auxílio de Deus posso dizer com toda certeza que sou muito, mais muito feliz por doar minha juventude a Ele em favor dos mais pequenos”, ressaltou.

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Jéssica Lima e a Pastoral de Rua, da Jufra

No Piauí, a participante da Juventude Franciscana, Jéssica Lima encara a missão de seu padroeiro, como regra de vida. Juntamente com outros jovens, ela desenvolve um trabalho com a população de rua, carcerária e outros atendimentos assistenciais. “Levamos nesses locais orações, alimentos, mas especialmente humanização, oportunidades de profissionalização, dessa forma, acredito que estamos cumprindo nossa missão”, afirma.

O advogado Tarihan Chaveiro cresceu em uma família engajada em questões sociais, que lhe incutiu um olhar sensível às necessidades dos marginalizados. Hoje, ele se doa profissionalmente pela causa dos direitos humanos, visitando cadeias e reivindicando junto ao poder público as necessidades das pessoas privadas de liberdade.

Tarihan, em audiência pública para debater os problemas da população carcerária

Tarihan, em audiência pública para debater os problemas da população carcerária

Em meio a celas lotadas, pessoas vivendo como animais, sem acesso a saúde, alimentação, salubridade, dentre outras privações, Chaveiro consegue enxergar aqueles que a maioria da sociedade quer esquecer. “Por mais frequentes que sejam minhas visitas às penitenciárias, eu nunca consigo me acostumar com a realidade que essas pessoas vivem. A compaixão consiste em entender que outras pessoas, embora não façam parte do nosso círculo de amizades, ou tenham cometido práticas errôneas, são seres humanos”, aponta.

Por Maria Amélia Saad, de Cracóvia

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