Jovem brasileiro participa de Fórum sobre Juventude e Violência na Alemanha

Jovem brasileiro participa de Fórum sobre Juventude e Violência na Alemanha



Durante sua exposição Felipe falou da importância de se fortalecerem laços de solidariedade entre os jovens em todo o mundo e destacou as políticas de promoção da igualdade como mecanismo eficiente para o combate a violência. “Precisamos desenvolver políticas que garantam as condições para o pleno desenvolvimento e emancipação dos jovens. Autonomia, participação e liberdade são fundamentais no processo de enfrentamento a violência temos que construir condições efetivas para o exercício de direitos. Estas políticas são fundamentais para a garantia da segurança.”, frisou o brasileiro durante o painel que contou com a presença do jovem Sebastian Koppers-Loehr, membro da coordenação dos jovens católicos alemães; do coordenador de projetos da Adveniat, Christian Frevel e  do responsável pela ação da Adveniat no Brasil Norbert Bolte.

Durante o evento foram apresentados os dados da violência contra jovens na américa latina bem como experiências de prevenção e de formação para cidadania. “Precisamos fortalecer as ações para que os próprios jovens descubram suas forças e talentos para construir uma sociedade justa e solidária”, disse Loehr membro da coordenação nacional dos jovens católicos alemães. 

Para saber mais sobre a visita da Pastoral da Juventude a Adveniat confiram a entrevista:
Na última semana você esteve na Alemanha participando de entrevistas, palestras e debates sobre juventude e violência. Quais as principais atividades realizadas neste período?Esta viagem foi um convite da Adveniat, que é uma importante organização de apoio à América Latina. Trata-se de uma entidade com mais de cinquenta anos que tem em sua história importantes parcerias com entidades e Igrejas de toda região latinoamericana. Neste sentido o convite foi para que eu participasse de uma programação específica juntamente com outras organizações de cooperação internacional para falar da experiência das comunidades eclesiais de base no Brasil, refletir com grupos alemães sobre formas de fortalecimento da cooperação internacional, e, sobretudo, apresentar um panorama das reflexões e debates sobre juventude e violência no Brasil.

Participei de duas conversas sobre a realidade da juventude no Brasil, colaborei com uma oficina sobre os dados da conjuntura social e econômica do Brasil, concedi entrevista a jovens estudantes universitários de Manheim que pesquisam as Comunidades Eclesiais de Base e ainda falei num Fórum sobre Juventude e Violência na América Latina. Foi uma agenda intensa repleta de atividades muito importantes.
E do seu ponto de vista quais as comparações possíveis entre a violência contra  os jovens no Brasil e na Alemanha?

Acho que qualquer comparação entre sociedades é muito arriscada. Processos históricos e culturais são sempre originais e irrepetíveis de modo que qualquer comparação pode incorrer tanto na generalização quanto na superficialidade. Contudo, acho que é possível pensar algumas considerações em termos de análise sobre como fenômenos globais a exemplo de migrações forçadas pela busca por melhores condições de vida, avanço do racismo e da xenofobia, fortalecimento dos grandes empreendimentos econômicos mundiais, globalização de problemas como desemprego, crise de recursos naturais, desigualdades de gênero no mercado de trabalho, por exemplo podem repercutir na ampliação do sentimento de insegurança e como este fenômeno se manifesta entre os jovens.

Enquanto no Brasil questões como violência policial, alto número de mortes são percebidos como grandes temas da segurança na Alemanha as questões estão mais voltadas para conflitos nos estádios, consumo de drogas entre jovens com melhores condições de renda ou mesmo a preocupação com o avanço da crise econômica na Europa. O nível de desenvolvimento dos países sem dúvida influencia no tipo de questões formuladas em termos de segurança e insegurança.

Por outro lado, vale também destacar que algumas questões se repetem, sobretudo em termos de reprodução do modelo voltado para a repressão. Tanto na Alemanha como no Brasil a ideia de resolução de conflitos por meio da repressão penal está presente, lógico que as formas pelas quais estas práticas acontecem são diferentes, mas, em ambos os casos a lógica penal é o que orienta as ações e práticas relativas a juventude. Estes intercâmbios podem ser uteis tanto para a identificação de desafios comuns quanto para o aprendizado de boas práticas
E do ponto de vista mais objetivo quais os resultados da sua viagem?

Nestes dias na Alemanha consolidamos nossas parcerias com a Adveniat e este é o grande saldo positivo da viagem! Além de conhecer experiências apoiadas pela entidade como, por exemplo, as comunidades de base de Honduras na América Central, pudemos ratificar nosso respeito às várias iniciativas de solidariedade do povo alemão para com as práticas que vimos desenvolvendo no Brasil.

Os membros da Adveniat manifestaram seu interesse em apoiar e estreitar os laços com a Campanha Nacional contra Violência e o Extermínio de Jovens e nesse sentido acho que temos um saldo extremamente positivo. Sem dúvida, este é mais um passo de uma série de ações que serão desenvolvidas pelas Pastorais da Juventude com o apoio da Adveniat no Brasil e em toda a América Latina.

Do site nacional da Pastoral da Juventude

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