Eu vivi o sonho de Dom Bosco

Eu vivi o sonho de Dom Bosco

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Estávamos em 1966, um ano depois de terminado o Concílio Vaticano II. As músicas eram tradicionais: Queremos Deus, Coração Santo. Muito boas, mas tradicionais demais para os jovens dos anos 60, para o tempo da “jovem guarda”.

Numa missa de jovens, não era cabível mantê-las. Por isso, comecei a fazer composições simples. Muitas vezes, pegava letras já existentes, punha melodia e ritmo da época, do momento. Tudo aquilo causou muita incerteza. Eu sentia que confiavam em mim, mas, ao mesmo tempo, tinham dúvidas com relação a esse novo espaço, que eu insistia em dar aos jovens.

Eu sabia que esse era o caminho! Tinha de conquistar aqueles jovens. Tinha de me fazer um deles, mostrar o quanto a vida poderia ser mais bonita se eles aceitassem renunciar a algumas coisas que escravizam e experimentar outras, que libertam. 

O jovem, quando excluído, acaba deixando adormecer a chama de vida que há dentro dele. O jovem precisa de atenção, de compreensão, de pessoas que, mais maduras, saibam com humildade entrar no seu universo e instigá-lo a voar. Era o sonho de Dom Bosco: não apenas amar os jovens, mas fazer com que eles se sentissem amados.

Eu ia percebendo o rumo que realmente queria dar à minha vida de padre. Ser um instrumento para que os jovens pudessem viver uma experiência de amor, fé, consequência do seu encontro pessoal com Cristo. Vivo. Pessoal. 

Eu queria ser um instrumento para a construção de um tempo novo, com pessoas renovadas. E eu ia me renovando a cada encontro, a cada celebração, a cada confissão que ouvia. Ficava fascinado ao perceber como esses jovens mudavam e a coragem que tinham de começar toda uma vida nova.

E como é lindo o voo de um jovem! Quando ele se percebe pássaro, quando ele se entrega nas mãos de Deus, sua história ganha uma outra coloração. E era esse lindo apelo da juventude que me instigava cada vez mais e me fazia um padre melhor. 

Monsenhor Jonas Abib

Fundador da Comunidade Canção Nova e presidente da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, em Cachoeira Paulista (SP). É um dos religiosos que mais se destacou utilizando os meios de comunicação na ação evangelizadora da Igreja Católica, na América Latina. Autor de 48 livros, Cd´s e DVD´s, além de várias palestras em áudio e vídeo.

 

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