Carregar a Cruz

Carregar a Cruz

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Olhamos para nossa sociedade atual e não é difícil distinguir valores que ainda se mantem e desencaminhamentos da dignidade humana através das falsas propostas que desintegram a vida, um verdadeiro fardo.

É urgente uma tomada de consciência dos reais valores. Diante do atual contexto social, somos surpreendidos com a passagem dos sinais cristãos nas principais cidades do país, trazendo uma renovação do sentido de vide. O que mais me encanta na passagem dos Símbolos da JMJ é o entusiasmo e a fé dos jovens em “carregar a Cruz”. É algo extraordinário que acontece. Todos querem ao menos tocá-la. Essa Cruz já recebeu muitos nomes, a Cruz peregrina, a Cruz da JMJ, a Cruz do Jubileu, entre outros, mas me fascina uma de maneira muito especial: “A Cruz dos jovens”! É isso mesmo que acontece com quem carrega, toca, ou até mesmo contempla a Cruz: a vida rejuvenesce! É um mistério de fé.

Recordo aqui o belíssimo texto do evangelho que narra a visita de Nicodemos a Jesus (João 3 1-21). Esse homem se destacava no grupo dos fariseus, contudo respeitava Jesus como mestre e enviado de Deus. Jesus lhe propõe a mudança radical; não renovação, mas inovação, “nascer de novo”. Nascer é começar. Nicodemos fica confuso por causa da mentalidade fisiológica, “entrar de novo no ventre da mãe”. Jesus responde com rigor: “se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no reino de Deus”. Segundo a tradição bíblica, a água é o elemento feminino; o Espírito, o elemento masculino fecundante (vejamos o Genesis 1, o Espírito pairava sobre as águas). Cristo nos salvou pelo madeiro da Cruz com o banho do novo nascimento pelo Espírito Santo. Nascemos a sombra da Cruz.

A Cruz dos jovens é carregada nos braços e ombros trazendo um novo na história de tantos que a levam. Somos de verdade o novo Cirineu, que levou por alguns instantes o peso da Cruz de Cristo. Carregar a Cruz significa para nós, a partir do testemunho do Cirineu, “levar o peso da cruz uns dos outros”. Esse é o amor que nunca acabará. O de ser sempre servo, doar-se inteiramente sem impor condições pelos outros, aos mais necessitados.

Os jovens que carregam a Cruz são comprometidos. Algo novo acontece. Não largam a Cruz, tornam-se propriedade de Cristo. Isso é seguimento autêntico. Posso testemunhar que isso aconteceu na passagem da Cruz dos jovens e do Icone de Nossa Senhora na Arquidiocese da Paraíba, e mais especialmente na Vigilia Jovem Doce Mae de Deus. Sou grato a Deus por chamar-nos a carregar a cruz de cada dia sempre renovando a forca de nossa juventude consagrada.

Assumamos a Cruz de Cristo, carregando-a no dia-a-dia como verdadeiras testemunhas.  Que a Cruz carregada por nós faça-nos novos para levar ao mundo o Amor que salva e dá dignidade.

Por Pe. Márcio José Costa Teixeira, CDMD

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