Bioética: uma discussão constante

Bioética: uma discussão constante

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Ana da Silva, de Muqui (ES) 30 anos, trabalha no Setor Juventude de sua diocese e diz que o seminário veio para dar uma clareada nas questões consideradas ‘tabus’. “Há cristãos que ainda não têm coragem de se expressar. As palestras quebraram um pouco desses paradigmas que temos é agora visualizo os desafios. É preciso ouvir e refletir, ser racional, olhar, analisar, pensar e, aí sim, partir por uma ação mais concreta, que é defender a vida”, conta.

A secretária do setor jovem de Campo Grande (MT) e também bióloga, Alinne Tolotti, 27 anos, nunca tinha participado de um seminário. “Foi importante discutir assuntos como o aborto. Conheço meninas que não têm conhecimento dessa parte religiosa, que já abortaram, sem procurar ajuda. Precisamos discutir mais este assunto, nos informar a ajuda-las”, afirma.

O evento que aconteceu nos dias 13,14 e 15 de julho, em Brasília também reuniu sacerdotes de diversas partes do país. O Pe. Márcio Pacheco, assessor da juventude em Porto Velho (RO), diz que agora é hora de formar um grupo de bioética na sua arquidiocese. “Na Amazônia, se discute tudo, mas não há quem coordene ou execute. Precisamos trabalhar bem com os jovens. O índice de aborto é desconhecido, as pessoas não falam deste tipo de assunto”, lembra.

Walkes Vargas, de Campo Grande (MT), 25 anos, membro da coordenação nacional da Pastoral da Juventude conta que já havia discutido estes temas antes, mas se surpreendeu com os argumentos científicos apresentado pelos palestrantes.

“Precisamos valorizar a vida, o meio ambiente, e conhecer o pensamento da Igreja, que será a nossa base para formar mais jovens. A sociedade deve saber que há quem siga os valores cristãos, apesar de não estarmos muito na mídia. Nossa missão é fazer o debate acontecer, entre toda juventude e evangelizá-la”, diz aos jovens.

Aline Ogliari, 21 anos, Xapecó (SC), destaca que todos os temas abordados no seminário devem ser refletidos sobre a fé. “Precisamos fundamentar e depois levar para o dia a dia, às pessoas que não têm este conhecimento e acesso a políticas públicas. Sabemos que muitas mulheres cometem o aborto, mas não é comum anunciar aos quatro ventos, então há remorso, inclusive em que não é católico”, ressalta.

Ela também relembra todos os jovens que a vida deve ser protegida em todos os sentidos, inclusive quando se fala de meio ambiente. “Acho que precisamos ampliar um debate nas perspectivas ecológicas, e a Igreja precisa se posicionar, pois as pessoas brincam de ser Deus, ao criar flores, plantas, para colocar ou tirar características, e às vezes, não refletimos sobre isso”.

Luta vitalícia a favor da vida

Humberto Leal Vieira, 74 anos, membro da Academia Vitalícia a Favor da Vida, de Roma, criada pelo papa João Paulo II, trabalha com o tema há 25 anos. Hoje, ele também é presidente da Associação Nacional Pró Vida e Família, e busca congregar todos os movimentos a favor da vida, independe de religiões.

De acordo com ele, as investidas contra a vida são enormes. “Infelizmente, o nazismo ainda não acabou. As novas técnicas de reprodução, as pesquisas com embriões, reprodução assistida, onde se coloca óvulos para experiência ou se despreza, selecionam raças e são um exemplo disso”, alerta.

Ele diz que o momento vivido hoje é um desafio para os cristãos e recorda que o casamento entre pessoas do mesmo sexo também acarretam um atentado contra a família.

“Quem trabalha pela vida deve orar muito, pois o demônio faz de tudo contra a gente. Uma vez criaram uma situação e disseram que eu tentava abortar uma gestante. A mulher mesmo me acusou. Fui processado, mas ela admitiu depois”, se recorda.

Apesar disso, Humberto lembra o valor de salvar uma vida. “Há alguns anos, um rapaz veio me procurar e me perguntou por quanto eu fazia um aborto de duas semanas. Eu marquei com ele e com a namorada. Primeiro eu lhe expliquei o que é um aborto e a primeira coisa que fiz foi lhe mostrar um filme. No final, os dois estavam chorando e não iam mais abortar. Depois me agradeceram. Se casaram e tiveram mais filhos. Isso é gratificante e é para isso que trabalhamos”.

Para as mulheres que passam por alguma dificuldade, o lutador pela vida humana aconselha: “procurem o centro de ajuda a mulher, e antes de qualquer decisão, descubram a realidade do aborto, vejam o ultrassom com o coração de seu filho e se informem. A conscientização é o melhor caminho”, conclui

Formação desde pequeno

Para o diretor do Colégio Internacional Everest, em Curitiba, Eduardo Melo, é preciso disseminar os valores para todo o Brasil. “Há muitos jovens que não sabem o que a Igreja pensa e nem como agir. Precisamos promover a vida, buscar a verdade, nos integrar com a Igreja e levar isso adiante”, conta.

Além disso, ele acredita que os adultos podem e devem ajudar mais na formação dos jovens, com sua experiência e vida. “É preciso dar mais subsídios a eles, para levarmos melhor esta mensagem e ter uma Igreja mais bem formada”, aponta.

No âmbito da educação, ele destaca que a educação das crianças é essencial para uma juventude conscientizada. “Não se pode esquecer da formação integral, que transmite valores e põe o sentido do que é certo ou não, desde cedo, para despertar a amizade com Deus em cada um deles e instaurá-la em seus corações”, destaca.

Por Amandda Souza, dos Jovens Conectados

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