Começou logo cedo nesta sexta-feira (30), na paróquia Santo Antônio, o segundo dia de encontro para os assessores da pastoral juvenil nacional. Durante a manhã, as oportunidades e os desafios para a evangelização da juventude foram os principais assuntos abordados.
O dia começou cedo com a missa, às 7h30, celebrada pelo núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello. Concelebravam a missa Dom Odelir, referencial da juventude no Nordeste; Dom Bernardino Marchío – mais conhecido como “Dom Dino” –, bispo de Caruaru (PE) e membro da Comissão para a Juventude, da CNBB; e Dom Eduardo Pinheiro, presidente da Comissão. Além deles, cerca de 40 padres assessores concelebraram.
Logo no início da missa, Dom Eduardo afirmou a necessidade, no Brasil, de haver pessoas que trabalhem com a juventude de forma responsável e acolhedora. Para Dom Giovanni, a opção preferencial da Igreja pelos jovens atualmente já seja uma realidade, e é necessário que se continue aproveitando as oportunidades que estão surgindo. Segundo ele, a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, é a principal chance de se aproximar dos jovens.
– Nós somos Igreja jovem. Vocês, jovens, mostram que têm o desejo de ficar com Deus. E devem mostrar ao mundo esse amor, porque é o que o mundo precisa. Precisamos ser capazes de espalhar este amor que Deus nos deu. Temos a missão de espalhar a Palavra de Deus, que é Palavra de amor – afirmou o núncio.
Dom Giovanni D’Aniello se referiu à JMJ como um grande começo para a nova evangelização, e para o chamado aos jovens.
– A JMJ não é um ponto de chegada, mas sim de partida. Como diz o hino da Jornada, o Senhor nos convida a ser missionários, porque o mundo precisa de nosso testemunho; precisamos mostrar aos outros o quanto é importante pertencer a Deus – destacou.
Vivência da Fé
O testemunho e a vivência da fé de forma madura também foram pontos levantados por Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília, em sua palestra sobre o Ano da Fé, tempo que deseja uma evangelização nova, “reproposta”. De acordo com ele, propõe-se uma criatividade pastoral para suprir a necessidade de evangelizar.
Segundo o arcebispo, o documento Porta Fidei – carta em que o Papa Bento XVI proclama o Ano da Fé – não trata de novos conteúdos, mas sim de novas formas para anunciar a Palavra de Deus. Para isso, a Igreja pede que três pontos sejam cumpridos: confessar a fé, celebrar a fé na liturgia e testemunhar a fé, sobretudo através da caridade.
– A fé não pode ser puramente pressuposta. Todo o esforço do ano da fé é para tornar a fé mais consciente e mais madura.
Como a juventude, atualmente, é o grande tema para a Igreja no Brasil, uma as proposições finais do Sínodo dos Bispos, ocorrido em 2012, foi expressamente dedicada à juventude. O trecho diz que os “jovens não são apenas o futuro, mas também o presente, seja da Igreja, seja da humanidade”.
Segundo Dom Sergio, deve-se refazer a experiência da samaritana, que vai ao poço e dá água aos que têm sede. Segundo ele, “temos de nos alimentar de Jesus Cristo e, depois, alimentar a quem tem sede de água viva”, principalmente por meio do protagonismo juvenil na Igreja, de forma a valorizar o jovem.
Após a palestra, os participantes dividiram-se em grupos, segundo a divisão em regionais da CNBB, e debateram os temas expostos na manhã desta sexta-feira (30).
Por Felipe Rodrigues